Daylight: Por ouvir clientes LGBTQ+ e, em seguida, fornecer uma experiência bancária para suas necessidades

2021 MIP #38

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A comunidade LGBTQ+ global ostenta uma riqueza familiar total estimada em US$ 23 trilhões, de acordo com a LGBT Capital. Mesmo assim, o setor de serviços financeiros criou poucos produtos adaptados às necessidades específicas do mercado. Procurando preencher esse vazio, Rob Curtis desenvolveu o Daylight, uma plataforma digital construída sobre o tipo de especificações sob medida que só podem vir à luz por meio de conversas com consumidores LGBTQ+. Por exemplo, depois de descobrir que um dos maiores problemas de pessoas com experiência transgênero era ter que combinar o nome em seus cartões bancários com sua identidade legal, a equipe decidiu oferecer aos clientes cartões com a marca Visa no seu nome preferido.

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FOTO DE CORTESIA DE BE MONEY, INC.

O projeto foi desenvolvido como parte do programa Fast Track da Visa, que visa auxiliar startups no dimensionamento de inovações em fintech. No entanto, mesmo com todo o seu trabalho de preparação, a empresa teve que se tornar ágil depois que a COVID-19 chegou. Não só estava tentando desenvolver o Daylight com uma equipe totalmente nova e virtual, como também enfrentava lentidão na aprovação do governo. Para recuperar o tempo perdido, a equipe executou projetos de desenvolvimento e design em paralelo.

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— Rob Curtis, Daylight

O que começou como um pequeno grupo de usuários piloto no lançamento, em novembro de 2020, agora está projetado para atingir 10.000 usuários até o final de 2021. E Rob não para por aí: ele quer transformar o Daylight na maior empresa LGBTQ+ de estilo de vida e serviços financeiros do mundo.

A PM Network conversou com Rob sobre a motivação do projeto, e como ele já está mudando as regras:

O que inspirou você a criar o Daylight?

Quando analisamos os resultados financeiros de longo prazo de pessoas LGBTQ+, percebemos que os bancos não estavam fazendo um trabalho muito bom. Há uma lacuna significativa de riqueza de LGBTQ+. Pessoas LGBTQ+ são menos propensas a usar produtos financeiros, menos propensas a receber consultoria, têm níveis mais baixos de educação. Isso porque essas coisas não foram projetadas para eles. O que fizemos foi revolucionário: começamos a projetar para as pessoas LGBTQ+.

O que orientou sua estratégia?

Em 2017, fui abordado para fazer uma recuperação financeira em um negócio de consumo LGBTQ+ que estava perdendo muito dinheiro. No fundo, eu precisava entender o produto e seu valor. Fiz isso à moda antiga, sentando em salas de batepapo e assistindo a pessoas LGBTQ+ conversarem. Aprendi que, quando tomam algumas das decisões mais importantes, elas têm necessidades importantes que, em alguns casos, são completamente insatisfeitas.

Qual é a necessidade bancária que o Daylight atende?

As pessoas trans precisam ser protegidas no ponto de venda, pois se você apresentar a orientação sexual errada, muitas vezes é ameaçado de recusa de serviço, acusações de crimes e assim por diante. Portanto, desagregamos o nome civil da pessoa do nome escolhido. Incorporamos essa característica em seis semanas e isso significou implementar mudanças no sistema que usamos para verificação de identidade, nas plataformas que nossos bancos usam e nas plataformas que nossos parceiros de middleware usam. A complexidade era alta, mas conseguimos construir um ecossistema hiperprojetado para nossa comunidade.

Você estava determinado a lançar em 2020 — mesmo no meio de uma pandemia. Como isso afetou os cronogramas?

Atingir marcos significa construir muitas coisas em paralelo e também informar as decisões de nossos fornecedores. Precisávamos de parceiros que tivessem a cultura certa para trabalhar conosco — e não era apenas uma cultura que aceitasse gays: isso é o mínimo. Eles são tão rápidos quanto nós? Eles estão interessados em experimentar coisas inovadoras? Do ponto de vista da entrega, isso me ensinou a importância de alinhar culturas. Quando você trabalha com parceiros inovadores, ávidos e apaixonados pelo mesmo espaço que você, esses relacionamentos podem ser incrivelmente poderosos.

Por que a interatividade da comunidade foi uma prioridade para o Daylight?

Uma das inovações que criamos foi a Economia Social. A ideia é que somos uma comunidade, então devemos ajudar uns aos outros. Portanto, toda vez que você separa dinheiro para economizar para uma viagem, ele é compartilhado no feed da comunidade, que permite às pessoas — de uma forma despersonalizada que mantém a proteção e segurança de sua identidade — torcer por você, contribuir com conselhos e aprender observando o comportamento de outras pessoas como você.

Uma vez, alguém criou um fundo de emergência, que é a coisa mais sem graça de se fazer em finanças e algo sobre oqual ninguém quer falar. Porém, como foi modeladopara nossa comunidade, cerca de 30 por cento de nossosclientes criaram um fundo de emergência depois de veraquela pessoa fazer isso. Essas dinâmicas sociais estão nospermitindo fazer educação entre pares. Nunca houve nadaparecido em finanças antes.

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